Saúde Mental em Tempos de COVID-19
Prezados leitores,
A pandemia de coronavírus, decretada na primeira quinzena de março, fez os governos de diferentes países adotarem medidas restritivas de circulação para conter o avanço da Covid-19, colocando grande parte da população mundial em isolamento. Além das consequências políticas, econômicas e a pressão nos sistemas de saúde, há uma preocupação com os efeitos disso na saúde emocional e nos relacionamentos da população.
Quando falamos em isolamento, estamos falando de uma pessoa ficar completamente isolada, isto é, sem contato com ninguém. Isso é feito quando uma pessoa está doente e o objetivo é afastá-la do convívio social. No caso do coronavírus dura no mínimo 15 dias que chamamos de “quarentena”.
O distanciamento social, é o método mais usado no Brasil, busca evitar o contato de uma pessoa com outra a fim de diminuir a propagação de uma doença, neste caso é recomendado o fechamento de escolas, comércio e atividades não essenciais. Apesar de ser uma medida dura, vem sendo fundamental para frear o avanço da doença em diversos países, inclusive o nosso.
O isolamento vertical é aquele em que apenas alguns grupos de maior risco (ex. idosos, portadores de doenças cardiovasculares, diabetes.) ficam isolados, pessoas jovens e saudáveis poderiam, portanto, continuar circulando normalmente. O ponto negativo neste caso seria dos jovens serem transmissores de doença para os grupos de risco.
O isolamento horizontal, no entanto, não limita grupos e todos devem permanecer em casa. Isso restringe ao máximo o contato entre as pessoas, evitando, desse modo, uma grande propagação da doença. Entretanto, é muito criticado por causar impactos graves na economia e na saúde mental.
Seja qual for o método utilizado, a comoção é comparável à de uma guerra, na qual ninguém está preparado. A saúde emocional pede atenção em momentos de crise, principalmente, àqueles que já apresentavam um quadro emocional instável podendo desencadear ansiedade e depressão. Agressividade, irritabilidade, insônia, uso abusivo de bebidas alcoólicas, inapetência ou comer compulsivamente são alguns dos quadros mais comuns.
É fundamental termos uma agenda de atividades diversificadas, que ocupe adultos e crianças. A vida de todos foi alterada de uma hora para outra. A atual impossibilidade de uma rotina, por sua vez, nos confirma que viver um dia de cada vez é a única saída, para não frustramos nossas expectativas.
Aproveite esse isolamento social, para reforçar ou retomar a sua conexão consigo mesmo; leia livros, assista filmes, séries, documentários, ouça música, cozinhe, aprenda algo novo pela internet… e claro, pratique exercícios físicos! Manter-se ocupado através de home office ou estudos também é uma ótima saída. Mantenha-se informado com fontes seguras e despreze o sensacionalismo.
Mensagens de ânimo são sempre bem-vindas, a ideia é não pensar só no caos. Perceber as incríveis demonstrações de afeto que acontecem a nossa volta faz bem. Demonstrações de solidariedade, gratidão e esperança são poderosas e também ajudam a fortalecer as defesas do organismo.
Boa semana a todos, na semana que vem o nosso bate papo será sobre doença de Chagas, uma endemia dos países latinos e ainda muito prevalente na nossa Minas Gerais.